17.8.10

primeira aula!



Hoje fizemos, ao mesmo tempo, nossa primeira visita à escola e também a primeira aula!

Fomos bem recebidos pelo piano detonado no hall de entrada, pela diretora, bedel e professora de classe e, logo em seguida, pelas crianças. "Chegamos chegando" cantando "O canoeiro".



As crianças aplaudiram quando terminamos! Mas não foi natural que elas começassem a cantar junto, como havíamos previsto - tivemos que pedir e, mesmo assim, as vozes ainda soaram tímidas.

Na sequência, ainda sem saber se a aula "vingaria" ou se só nos apresentaríamos para voltar na semana seguinte, dissemos nossos nomes (na hora, "saiu" que o Luis me apresentou e eu o apresentei) e pedimos que cada um apresentasse um colega. Isto funcionou razoavelmente bem.

Depois, vimos que a aula iria continuar! (Andrea, a professora da classe, continuou na sala o tempo todo, assistindo e pedindo a atenção das crianças nos momentos mais ruidosos).

Não estava nos planos, mas o Luis teve muita presença ao propor um jogo no qual ele fazia uma sequência curta de ritmos e as crianças tinham que responder. As crianças tiveram um pouco de dificuldade no início em esperar o Luis concluir a frase para começar, mas bem rápido entenderam como o jogo deveria funcionar e foi um sucesso!

Retomando o planejamento, era hora de introduzir as cirandas! Pedimos para elas afastarem as cadeiras para formarmos a roda. Foi rápido, mas logo que a movimentação começou, deu pra ver que o pedido foi feito sem plano e a arrastação de mesas foi totalmente caótica, apesar de rápida. Neste momento, três crianças sentaram-se à margem da roda e não quiseram participar de jeito nenhum, nem quando chamadas pelo nome.

Com a roda feita, estávamos posicionados para começar a cantar e rodar com a ciranda. Eu, que particularmente sou bem radical nesse ponto (por enquanto!) de "explicar o mínimo possível", acabei anunciando que estávamos naquela formação, com o Luis ao violão logo atrás, para cantar e dançar uma ciranda. Pronto! Alguém começou a cantar "Ciranda cirandinha". Luis e eu nos entreolhamos e o Luis mandou ver na Ciranda cirandinha ao violão. Só que as crianças entraram com um tom de voz totalmente grave! Nós, então, propusemos, com violão e voz, um tom bem mais agudo e aos poucos, conforme repetíamos a canção na roda, a voz delas começou a soar como deveria.

A marcação dos passos, no entanto, era uma coisa bem desproporcional, um uníssono potente de uma pancada no chão. Os movimentos também estavam muitíssimo bruscos. Tentei pedir algo que "combinasse" mais com a música e funcionou um pouco. Até que uma das crianças lembrou-se da estrofe que pede que alguém "entre na roda, diga um verso bem bonito, diga adeus e vá se embora" e pediu para que eu escolhesse esse alguém!

Eu disse: _Eu? Eu não!
E a criança respondeu: _Então vai você!

Foi o jeito. Fui para o centro da roda, mas por sorte me ocorreu de introduzir o Carrossel, de Vinícius, que seria já o nosso próximo passo na aula. Perguntei se eu poderia cantar o verso em vez de declamar e eles deixaram! Então, cantei a primeira música, bem devagar. Quando acabei, estava bem em frente ao Jonathan, que foi a primeira criança a, voluntariamente, se apresentar. Então disse que seria a vez dele. Ele não sabia o que fazer e eu disse que faria junto e, assim, cantamos "cai cai balão" (que foi a primeira coisa que me ocorreu!). Depois disso, Jonathan apontou para outra criança, mas a brincadeira morreu ali e as crianças se mostraram interessadas em aprender a música do Carrossel.

Foi um momento bem interessante, porque a música ao mesmo tempo causou estranhamento e curiosidade. As crianças associaram o som da pentatônica (em breve colocaremos aqui partitura ou até gravação, se possível) a "meditação" (uma disse isso, outra começou a imitar alguém meditando). Propus de fazer como o Luis: eu cantando uma frase e eles repetindo na sequencia. Mas na quarta frase elas já estavam cantando junto comigo e foi assim por algumas vezes. Só no melisma do final que elas se atrapalhavam um pouco - foi esta a parte que mais causou estranhamento! Apesar de eu cantar a música com a voz mais leve possível, as crianças começaram a perguntar se era ópera. Houve uma adesão maciça também por parte dos meninos, que demonstraram muita vontade de conseguir realizar a música a até o final, até que propuseram que se fizesse uma "competição" para ver "quem cantava melhor", se os meninos ou as meninas!

As crianças montaram por conta própria duas filas, Luis e eu nos dividimos nos naipes. Nessa hora, deu para fazer um breve comentário sobre a divisão de "meninos e meninas grandes em vozes diferentes em um coral". Luis também conseguiu pedir silêncio antes da música começar e lembrei de dizer que o silêncio é bom porque a gente pode escutar a nota em que a música começa - e assim entra todo mundo na mesma nota. Então, as crianças fizeram silêncio e cantei a nota inicial, que elas repetiam. Foi muito engraçado como elas repetiam não só o som que eu emitia, mas também o gesto que eu fazia com a mão!

Depois da cantoria, sem perdedores nem vencedores ("deu empate"), cantamos a Canção do povo de algum lugar para encerrar nossa participação naquele dia. Acabamos ficando bem mais do que os 45 minutos previstos para a aula. Já estava escuro e era hora da saída das crianças da escola!

Este foi nosso primeiro dia no estágio!

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