31.8.10

terceira aula!

Hoje chegamos na escola e lavamos correndo as flautas. Entramos na classe com um belo "ramalhete" delas!

Durante a semana, ocorreu uma mudança com a classe: por motivos contratuais, a professora Andrea foi substituída pela nova professora, Bianca, que acompanhou a aula no fundo da classe junto com uma aluna em cadeira de rodas, que não havia estado presente antes e que estava acompanhada da mãe.

Começamos a aula novamente com o Canoeiro; na sequência, entramos com a imitação ritmica, que foi novamente bem sucedida. Desta vez, não emendamos na imitação melódica. Passamos às canções tradicionais que havíamos planejado: Sambalelê e O cravo brigou com a rosa (da semana passada) e Pai Francisco, Có-có-có e Rosa amarela.

Depois, entramos com as flautas. Antes da distribuição, Luis explicou, empunhando uma flauta tenor, como as crianças deveriam segurar a flauta que estavam prestes a receber. Pedimos para que elas assoprassem o bocal para tirar a água (pois tínhamos acabado de lavar os instrumentos) e que não tocassem antes da nossa indicação. Como íamos começar introduzindo a nota "si", começamos cantando o si. Cantamos o si posicionamos as mãos a uma certa altura em relação ao corpo e elas rapidamente associaram o gesto ao exercício da aula anterior. Algumas até cantaram "si, lá, sol", acompanhando com as mãos, exatamente como havíamos feito!

Introduzimos, então, uma música composta de uma única nota. A idéia era que as crianças tocassem a partir da maneira como falam. (Enquanto não colocamos as partituras aqui, segue a letra: "Sabiá, sabiá, como é lindo o seu cantar" - a "melodia" pode ser facilmente deduzida da própria frase). Antes de distribuir as flautas, improvisamos um dueto, Luis e eu, tocando "Asa branca".

Só então elas receberam as flautas. Algumas crianças fizeram questão de se responsabilizar pela distribuição dos instrumentos; chegou a haver disputa. A partir daí, começou uma sinfonia de si, si, si... no ritmo da fala da música do sabiá. Aos poucos, alguns foram sendo chamados para demostrar o si na frente da classe, sozinhos ou em grupos (muitas crianças pediam para serem chamadas). Procuramos corrigir algumas flautas empunhadas de cabeça para baixo (por exemplo). Em alguns momentos em que precisamos entrar com explicações adicionais, pedimos para que as crianças suspendessem as flautas (levantando as mãos mesmo) e isso funcionou relativamente bem! A classe conseguiu uma sonoridade bastante homogênea!

Enquanto recolhíamos as flautas, algumas crianças pediram para cantar o Carrossel! (Nossa, é surpreendente como elas gostam desta música! Principalmente da segunda canção, mais animada. Parece até que se empenham na primeira parte porque sabem que virá a segunda!)

No fim, ainda conseguimos cantar rapidamente o Canto do povo de algum lugar. (Algumas meninas exlamaram "ai, que música linda" quando toquei a primeira estrofe na flauta). Algumas disseram que ainda não sabiam a letra dessa porque em todas as vezes só cantamos uma única vez cada estrofe, para encerrar a aula. E assim foi novamente.

24.8.10

segunda aula!

Que aula surpreendente!

Chegamos na hora (16h50) cantando o Canoeiro. Fomos recebidos calorosamente pelas crianças! Quase todas cantaram conosco. Os meninos, principalmente, se empenharam bastante nos gestos que acompanham o trecho do "cerca o peixe, bate o remo, puxa corda, colhe a rede". Repetimos a música algumas vezes.

Em seguida, a retomada dos nomes fluiu bem.

A imitação rítmica foi uma coisa incrível: o Luis começou com padrões bem simples. Eu e o Daniel seguimos como as crianças. A resposta foi ótima e então o Luis teve uma grande sacada na hora que foi introduzir a dinâmica! As crianças ficaram fascinadas com as palmas e pisadas em pianíssimo!!! Foi ótimo, redobrou a atenção de todos! Por fim, ele introduziu como desafio o padrão ritmico que pode acompanhar o sambalelê (sem cantar sambalelê ainda). Foi um pouco mais complicado, mas eles se empenharam bastante.

Entrei na sequência com a flauta, com o si, lá e sol, como tínhamos planejado. Depois de algumas combinações (si, lá, sol / si, si, lá etc.) sempre em grau conjunto, Luis falou da diferenciação de agudos (fininhos) e graves e eles identificaram a nota mais grave como sendo o sol e cantaram o sol! Então o Luis perguntou se eles se lembravam do si. Nessa hora, eles cantaram "si", mas repetiram a altura sol! "Reprovamos" a tentativa e posicionamos a mão na altura do si, sem fazer som. Eles também se posicionaram e encontraram a altura do si! Sabemos que isso é comprovado pela experiência de outros educadores, mas para nós foi incrível! Nesse momento, tendo eles encontrado o sol e o si, "regi" uma improvisação com as duas notas e deu muito certo! Até acrescentei o lá. Eles gostaram bastante!

Em seguida, Luis falou para a classe que íamos cantar algumas canções para descobrir se eles conheciam, como conheciam Ciranda cirandinha. Eles acompanharam bem O cravo brigou com a rosa. Sambalelê foi mais difícil, até porque eles começaram a cantar uma letra diferente da que levamos (eu, pessoalmente, tive dúvidas sobre como proceder. Amanhã na avaliação conversaremos sobre isso!). Algumas crianças cobraram a canção da ciranda da aula passada e a fizemos também (pessoalmente, àquela altura, confesso que já tinha me esquecido da existência dessa música!). Algumas crianças ficaram meio de lado ou mais tímidas. Duas das que haviam se excluído na aula passada começaram a participar! Notamos que os meninos estavam menos participativos desta vez. (Amanhã conversaremos sobre isso...)

Depois dessa primeira cantoria, Luis propos a atividade das plantinhas, dizendo que precisávamos de concentração para a música da atividade seguinte. Foi um sucesso! Todos germinaram e cresceram que foi uma beleza!

No final, pareciam já ansiosos pela sequência e retomaram felizes a primeira canção do Carrossel, que vimos na aula passada. Cantamos inteira umas duas ou três vezes, então propus trabalharmos o "voo da abelha" no final (o melisma no "e" de abeeeeelha). Cantei a vogal por trechos da melodia, desenhando as descidas sucessivas com a mão e eles gostaram bastantede cantar com as mãos também. Acho que isso pode ter ajudado a "desvendar" um pouco o trecho!

Foi só pensar em introduzir a segunda música que uma das crianças lembrou que havia sido prometida uma continuação! Cantei uma única vez a segunda canção (que é curtíssima e muito alegre) e eles já sabiam. repetimos algumas vezes e a cada vez eles cantavam com muita convicção (já não estavam mais gritando tanto!). A melodia do final é bastante complicada, mas já comecei a trabalhar a indicação de alturas com as mãos... Alguém pediu para cantarmos desde o começo e passamos a cantar as duas primeiras canções do Carrossel.

Nessa hora, entrou na sala um passarinho totalmente perdido! Foi uma sensação! Ele voou, voou e pousou em um dos trilhos de lâmpada no teto. Apagamos as luzes e tentamos pedir silêncio para não assustar o bichinho. No meio da confusão, uma criança sugeriu que ele tinha ido ouvir a música e conseguimos propor de cantarmos bem baixinho para o pássaro. Cantamos a segunda canção bem piano algumas vezes! Foi muito bonito! Novamente, alguém se lembrou de começar a música pelo começo e fizemos uma concentração do ré grave inicial. No que começamos a cantar, o pássaro, que a essa altura estava posicionado na janela, conseguiu voar para fora e assim terminamos de cantar.

Nessa hora, soou o sinal e conseguimos cantar o Canto do povo de algum lugar uma vez e encerrar a aula no tempo certo! Ufa!

apontamentos para a segunda aula

A partir da experiência da primeira aula, elaboramos para a segunda aula o seguinte mapa:

-chegada: Canoeiro;

-retomada dos nomes e aproveitar o momento para apresentar o Daniel, novo integrante da nossa equipe!

-imitação rítmica (repetir aquela conduzida pelo Luis na semana passada), podendo incluir, na sequência, uma "imitação melódica" com a flauta (notas sol, lá e si) acompanhada de movimento com as mãos, seguindo as alturas;

-"plantinhas": momento sugerido pelo Luis para respiração-concentração: narrar o crescimento de uma planta. As crianças são as sementes (agachadas!), que crescem ao receber a luz do sol, a água da chuva e o calor da terra, transformam-se em árvore, dão frutos que lançam novas sementes ao chão (o ciclo se repete algumas vezes, como uma respiração);

-assim, podemos introduzir, com calma, as canções populares/folclóricas que decidimos incluir no plano após o sucesso da Ciranda cirandinha. Listamos várias e ensaiamos duas para hoje: O cravo brigou com a rosa e sambalelê (com parte rítmica);

-retomar o Carrossel;

-encerrar com o Canto do povo de algum lugar, que na primeira aula "passou batido" no final!

23.8.10

novo integrante!

Na aula de apoio ao estágio de 18/8, nossa dupla transformou-se em trio! Recebemos um novo integrante, o Daniel Nanô, que acabou de chegar da Alemanha diretamente para o estágio! Por enquanto, ele só acompanhou o relato da nossa experiência, mas já deve estar presente conosco em sala na semana que vem! (Em breve mudaremos a foto do blog, para apresentar o Daniel também!)

18.8.10

avaliação da primeira aula

Hoje na aula de apoio ao estágio apresentamos um relato da nossa primeira experiência com as crianças. Foram feitos alguns apontamentos a respeito:

-de um lado, foi evidente nossa desorganização e descontrole da sala. Em alguns momentos, as crianças estavam no comando da situação, propondo e tomando iniciativas que conduziram a aula. Como observou o Luis, "faltou liga" entre uma atividade e outra.

-a atividade do jogo ritmico, que não estava no planejamento inicial, precisa ser mantida e explorada como momento de concentração.

-como mudança de planos no repertório, pensamos inicialmente apenas em aumenta-lo, trabalhando deliberadamente com canções infantis "típicas", a exemplo das arranjadas por Heitor Villa Lobos.

-uma dificuldade muito grande e constante parece ser a de "diminuir" a intensidade. Tudo lá é só "muito" e "o tempo todo". Vai ser um desafio propor e criar nuances e sutilezas com as crianças.

-algo que deve contribuir nesse sentido é a retomada da "voz real" das crianças, a partir do repertório - uma das nossas propostas centrais no plano de estágio. O repertório de fato não é aquele ao qual a maioria das crianças parece habituada. No entanto, não é inadequado e nem totalmente alienígena.

-ainda não conversamos com a professora de classe devidamente a respeito dos alunos. Na saída da aula, chegamos a perguntar o que ela faria, por exemplo, no caso dos alunos que se recusam a participar das atividades (eis um assunto que precisamos resolver!). Tudo indica que precisaremos marcar algum horário com ela para conversar sobre isso.

17.8.10

primeira aula!



Hoje fizemos, ao mesmo tempo, nossa primeira visita à escola e também a primeira aula!

Fomos bem recebidos pelo piano detonado no hall de entrada, pela diretora, bedel e professora de classe e, logo em seguida, pelas crianças. "Chegamos chegando" cantando "O canoeiro".



As crianças aplaudiram quando terminamos! Mas não foi natural que elas começassem a cantar junto, como havíamos previsto - tivemos que pedir e, mesmo assim, as vozes ainda soaram tímidas.

Na sequência, ainda sem saber se a aula "vingaria" ou se só nos apresentaríamos para voltar na semana seguinte, dissemos nossos nomes (na hora, "saiu" que o Luis me apresentou e eu o apresentei) e pedimos que cada um apresentasse um colega. Isto funcionou razoavelmente bem.

Depois, vimos que a aula iria continuar! (Andrea, a professora da classe, continuou na sala o tempo todo, assistindo e pedindo a atenção das crianças nos momentos mais ruidosos).

Não estava nos planos, mas o Luis teve muita presença ao propor um jogo no qual ele fazia uma sequência curta de ritmos e as crianças tinham que responder. As crianças tiveram um pouco de dificuldade no início em esperar o Luis concluir a frase para começar, mas bem rápido entenderam como o jogo deveria funcionar e foi um sucesso!

Retomando o planejamento, era hora de introduzir as cirandas! Pedimos para elas afastarem as cadeiras para formarmos a roda. Foi rápido, mas logo que a movimentação começou, deu pra ver que o pedido foi feito sem plano e a arrastação de mesas foi totalmente caótica, apesar de rápida. Neste momento, três crianças sentaram-se à margem da roda e não quiseram participar de jeito nenhum, nem quando chamadas pelo nome.

Com a roda feita, estávamos posicionados para começar a cantar e rodar com a ciranda. Eu, que particularmente sou bem radical nesse ponto (por enquanto!) de "explicar o mínimo possível", acabei anunciando que estávamos naquela formação, com o Luis ao violão logo atrás, para cantar e dançar uma ciranda. Pronto! Alguém começou a cantar "Ciranda cirandinha". Luis e eu nos entreolhamos e o Luis mandou ver na Ciranda cirandinha ao violão. Só que as crianças entraram com um tom de voz totalmente grave! Nós, então, propusemos, com violão e voz, um tom bem mais agudo e aos poucos, conforme repetíamos a canção na roda, a voz delas começou a soar como deveria.

A marcação dos passos, no entanto, era uma coisa bem desproporcional, um uníssono potente de uma pancada no chão. Os movimentos também estavam muitíssimo bruscos. Tentei pedir algo que "combinasse" mais com a música e funcionou um pouco. Até que uma das crianças lembrou-se da estrofe que pede que alguém "entre na roda, diga um verso bem bonito, diga adeus e vá se embora" e pediu para que eu escolhesse esse alguém!

Eu disse: _Eu? Eu não!
E a criança respondeu: _Então vai você!

Foi o jeito. Fui para o centro da roda, mas por sorte me ocorreu de introduzir o Carrossel, de Vinícius, que seria já o nosso próximo passo na aula. Perguntei se eu poderia cantar o verso em vez de declamar e eles deixaram! Então, cantei a primeira música, bem devagar. Quando acabei, estava bem em frente ao Jonathan, que foi a primeira criança a, voluntariamente, se apresentar. Então disse que seria a vez dele. Ele não sabia o que fazer e eu disse que faria junto e, assim, cantamos "cai cai balão" (que foi a primeira coisa que me ocorreu!). Depois disso, Jonathan apontou para outra criança, mas a brincadeira morreu ali e as crianças se mostraram interessadas em aprender a música do Carrossel.

Foi um momento bem interessante, porque a música ao mesmo tempo causou estranhamento e curiosidade. As crianças associaram o som da pentatônica (em breve colocaremos aqui partitura ou até gravação, se possível) a "meditação" (uma disse isso, outra começou a imitar alguém meditando). Propus de fazer como o Luis: eu cantando uma frase e eles repetindo na sequencia. Mas na quarta frase elas já estavam cantando junto comigo e foi assim por algumas vezes. Só no melisma do final que elas se atrapalhavam um pouco - foi esta a parte que mais causou estranhamento! Apesar de eu cantar a música com a voz mais leve possível, as crianças começaram a perguntar se era ópera. Houve uma adesão maciça também por parte dos meninos, que demonstraram muita vontade de conseguir realizar a música a até o final, até que propuseram que se fizesse uma "competição" para ver "quem cantava melhor", se os meninos ou as meninas!

As crianças montaram por conta própria duas filas, Luis e eu nos dividimos nos naipes. Nessa hora, deu para fazer um breve comentário sobre a divisão de "meninos e meninas grandes em vozes diferentes em um coral". Luis também conseguiu pedir silêncio antes da música começar e lembrei de dizer que o silêncio é bom porque a gente pode escutar a nota em que a música começa - e assim entra todo mundo na mesma nota. Então, as crianças fizeram silêncio e cantei a nota inicial, que elas repetiam. Foi muito engraçado como elas repetiam não só o som que eu emitia, mas também o gesto que eu fazia com a mão!

Depois da cantoria, sem perdedores nem vencedores ("deu empate"), cantamos a Canção do povo de algum lugar para encerrar nossa participação naquele dia. Acabamos ficando bem mais do que os 45 minutos previstos para a aula. Já estava escuro e era hora da saída das crianças da escola!

Este foi nosso primeiro dia no estágio!

11.8.10

plano da primeira aula

Hoje ensaiamos a nossa estréia para o dia 17/08. Alteramos alguma coisa do que havia sido previsto no esboço inicial. A alteração mais significativa é a do uso da flauta. Vamos solicitar as doações, mas ainda não sabemos se, estrategicamente, vamos trabalhar com ela nas aproximadamente dez aulas disponíveis que teremos. Vai depender muito do que encontrarmos nesta primeira aula.

A primeira aula servirá, ao mesmo tempo, para nos apresentarmos à classe e para observá-la pela primeira vez. Nosso roteiro ficou assim:

Chegaremos tocando e cantando o Canoeiro, de Dorival Caymmi. O Luis vai tocar violão e eu, a flauta. Em seguida, vamos introduzir o texto da canção. Montamos uma sequência para nos organizarmos com as repetições das estrofes. (O Luis vai ficar responsável por editar as nossas partituras e eu cuidarei da publicação do blog). Subimos um tom em relação à partitura disponível, para que a melodia ficasse mais confortável na voz das crianças e vamos tentar encaixar alguns gestos às estrofes.

Depois do momento Canoeiro, vamos cantar uma canção que pede que cada um fale o seu nome (em breve, deveremos ter essas partituras aqui no blog). Vamos ensinar a melodia ao apresentarmos nossos próprios nomes - e o Luis vai acompanhar ao violão. Vamos tentar aproveitar esta apresentação "mais formal" para contar às crianças que vamos trabalhar com elas ao longo do semestre.

Na sequência, vou "contar-cantando" o Carrosel, (texto de Vinícius de Moraes). Como o texto retoma sempre o girassol, vamos levar uma flor para deixar na classe.

Em seguida, vamos entrar com um pout-pourri de cirandas bem simples (centrado na Ciranda de Lia). Queremos formar logo neste primeiro dia uma roda com a classe. Luis vai tocar violão.

Para finalizar, ainda em roda, vamos introduzir o Canto do povo de algum lugar, de Caetano Veloso. Luis vai tocar violão aqui também e eu vou tentar entrar com alguns movimentos, de acordo com o texto da música.

Em breve, então: as partituras, algumas primeiras imagens e impressões da escola e, principalmente, notícias sobre o "funcionamento" do nosso plano!

plano do estágio

Plano elaborado durante a disciplina Metodologia da educação musical I, no primeiro semestre de 2010. Consiste de plano geral e esboço de 3 aulas.

Descrição panorâmica
Pretendemos realizar um trabalho de iniciação musical, com base no repertório para canto e flauta doce, inspirado diretamente nas práticas pedagógicas do ensino waldorf.

Público alvo (ideal)
Crianças entre 8 e 10 anos (quantas?)

Objetivos
Trabalhar a musicalidade das crianças por meio da vivência do elemento musical – a própria voz e a prática de instrumentos. Com o canto, partir da linha melódica simples ao cânone. Com os instrumentos, desenvolver um trabalho de iniciação.

Estratégia metodológica
• Realização da prática de repertório (definir com cuidado! Prever músicas cantadas “na oitava da criança”; prever uma ou outra canção em língua desconhecida!) utilizando principalmente o canto e a flauta doce (compor arranjos apropriados para a iniciação ao instrumento; considerar a composição de “arranjos abertos” ).
• Um dos elementos do repertório devem ser “canções-histórias” que podem ser encenadas, considerando turno de papéis.
• Prever uma apresentação à comunidade escolar ao final do percurso.

Materiais, equipamentos, infraestrutura
• Sala de aula, flautas doce (verificar com a classe a possibilidade de que flautas sejam emprestadas à classe durante o semestre do estágio), “instrumentos complementares” (kântele, percussão... dependendo dos arranjos, que também dependerão dos instrumentos);
• A apresentação final independe de haver teatro ou não, pode ser feita ao ar livre (mas isso precisa ser definido antes, porque pode interferir na escolha do repertório).

Atividades previstas – Dinâmica das aulas
• Chegaremos (professores) à sala de aula cantando e/ou tocando.
• Realização de uma parte rítmica e corporal; considerar a possibilidade de explorar a própria flauta como instrumento rítmico.
• Introdução de canções (repertório) – momento flauta.
• Montagem de uma cena (a partir de uma canção-história introduzida nas duas primeiras aulas; é provável que, em um semestre, seja possível trabalhar com até três canções-histórias); prever duas montagens a cada aula, com rotatividade nos papéis.
• prática de repertório já ensaiado (nas aulas mais adiantadas do curso)
• Encerramento da aula com ritmo.
• Saída da aula cantando.

Atividades complementares
• Levar concertos de música de câmara (CMU) à escola ao longo do semestre;
• Prever participação de músicos instrumentistas (diversos) em algumas aulas e talvez na apresentação final.


Repertório (em construção)

Canto
Canoeiro – Caymmi
Canção da partida – Caymmi
Cirandeiro (cirandas em geral)
Moinho de vento
Qui nem jiló – Luiz Gonzaga
Carrossel – Vinícius
(4 canções; possibilidade de flauta na parte da cigarra; contém cânone)
Benke – Milton
Ubá (cânone)
Bola de meia boa de gude - Milton
Canto do povo de algum lugar – Caetano (se der, c/ flauta)
Piruetas
Tem gato na tuba (levar a tuba)
Cacuriá
(Canções de Natal)

Canto com flauta
Margarida
Samba de uma nota só
Yellow submarine (Beatles)
With a little help of my friends (Beatles)

• Os arranjos serão feitos a partir deste repertório. Estratégia: cantar e tocar de tudo (dentro deste repertório) e desenvolver o que for funcionando melhor.
• As canções-histórias estão sendo ainda buscadas/compostas.


Aula 1
• Chegar cantando e tocando Canoeiro (voz, violão, flauta, tambor).
• Tentar, com base na repetição, fazer com que eles cantem. Introduzir uma parte rítmica (palmas) para ajudar a engrenar.
• Apresentar a canção-história.
• Entregar as flautas – atividade rítmica com a flautas: postura, posição, embocadura articulação: a nota si. Tudo por imitação. (Relação da história com a nota si a ser desenvolvida nas aulas seguintes).
• Canto do povo de algum lugar – Caetano.
• Verso de encerramento.
• Saída da aula cantando o Canoeiro.

Aula 2
• Chegar cantando o Canoeiro de novo.
• Trabalhar a parte rítmica novamente a partir do Canoeiro (palmas e introduzir pés). Ver se dá para passar o tambor para eles. A ideia é ir acrescentado elementos.
• Momento flauta: nota si e introduzir o lá, mantendo atenção com as questões técnicas.
• Apresentação e introdução das cirandas: formar a roda.
• Retomar a canção-história com o começo de cena.
• Canto do povo de algum lugar – Caetano.
• Verso de encerramento.
• Sair cantando o Canoeiro.

Aula 3
• Chegar cantando as cirandas
• Trabalhar o elemento rítmico na roda, por meio das cirandas.
• Momento flauta: nota si e lá, introduzir o sol, mantendo atenção com as questões técnicas.
• Repertório: Samba de uma nota só.
• Retomar a canção-história e cena (2 elencos).
• Canto do povo de algum lugar – Caetano para encerrar.
• Verso de encerramento.
• Sair cantando o Canoeiro.

apresentação do blog

Olá, a todos!

Neste blog, vamos tentar registrar o percurso do estágio em educação musical proposto pela disciplina Metodologia da educação musical II, no Departamento de música da ECA-USP, sob supervisão do professor Pedro Paulo Salles. O trabalho de preparação começou no primeiro semestre de 2010, na disciplina Metodologia da educação musical I, quando, em meio a outras atividades, esboçamos um plano de trabalho.

No blog, apresentaremos o plano e as modificações e complementos que vão surgir pelo caminho. Também temos a idéia de disponibilizar aqui as partituras dos arranjos utilizados nas aulas, além de outros tipos de registros possíveis.

Para o estágio, foi selecionada uma classe de 4º ano do ensino fundamental de uma escola pública próxima à USP, formada por, aproximadamente, 30 crianças.

Esperamos que o blog seja um bom meio para conversarmos sobre educação musical com todos aqueles interessados no tema! Convidamos vocês a participarem de uma conversa com a gente! Estejam à vontade para escrever comentários aqui mesmo!

Um abraço,

Carolina e Luis Henrique.